Muitos tijolos ainda devem ser assentados na construção da nova empresa de Michael Dell, após a aquisição da EMC nesta segunda-feira, 12, considerado o maior mega deal na áreade tecnologia, estimado em US$ 67 bilhões.
O que se pode analisar de imediato, são as sinergias
entre ambas as empresas, uma vez que, haverá um tempo bastante longo para a integração
da administração e detalhes operacionais, previsto para o segundo semestre de 2016.
Um dos pontos fortes do negócio inclui o portfólio
de sistemas de armazenamento da EMC com os servidores da Dell, que podem ser assim
oferecidos para mercado de médias empresas, tradicionais clientes de PCs e
notebooks Dell, para que as mesmas possam construir nuvens híbridas ou privadas.
Nesse caso, o fato da VMware, subsidiária da EMC,
ter sido mantida como uma empresa independente facilita o histórico
relacionamento que a Dell mantém com a Microsoft, que assim não poderá reclamar
se seu software Hyper V for preterido em detrimento do líder do mercado de virtualização,
o VMware. Por outro lado, o ecossistema
do Azure, solução de nuvem da Microsoft, será fundamental para os planos da
Dell em atacar o mercado de datacenters de companhias de menor porte.
Como se pode prever de uma forma ainda superficial,
é que essa consolidação vai mexer com as lideranças do mercado corporativo de TI.
Enquanto os tijolos dessa nova construção não forem alinhados, o que se anseia
é saber como serão acomodados os colaboradores e os parceiros de negócios.
No caso dos primeiros, parece óbvio, onde há
posições análogas, alguém é eliminado. Para as revendas e integradores, a oportunidade
será favorável para aqueles que mais rapidamente absorverem os conhecimentos técnicos
dos dois portfólios e como eles se integram, para oferecer como um pacote de melhor
custo benefício para seus clientes.
Com certeza essa é a ambição da Michael Dell, um líder
de mercado avesso ao holofote de mídia e aos caprichos de Wall Street, que
fechou o capital da Dell, para ao invés de se dedicar aos relatórios trimestrais
aos acionistas, concentrar-se em fazer da empresa que leva seu nome uma fera de
vendas, agora com apetite maior.