segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Com aquisição da EMC, Dell quer dominar mercado de infraestrutura para a nuvem


Muitos tijolos ainda devem ser assentados na construção da nova empresa de Michael Dell, após a aquisição da EMC nesta segunda-feira, 12, considerado o maior mega deal na áreade tecnologia, estimado em US$ 67 bilhões.

O que se pode analisar de imediato, são as sinergias entre ambas as empresas, uma vez que, haverá um tempo bastante longo para a integração da administração e detalhes operacionais, previsto para o segundo semestre de 2016.

Um dos pontos fortes do negócio inclui o portfólio de sistemas de armazenamento da EMC com os servidores da Dell, que podem ser assim oferecidos para mercado de médias empresas, tradicionais clientes de PCs e notebooks Dell, para que as mesmas possam construir nuvens híbridas ou privadas.

Nesse caso, o fato da VMware, subsidiária da EMC, ter sido mantida como uma empresa independente facilita o histórico relacionamento que a Dell mantém com a Microsoft, que assim não poderá reclamar se seu software Hyper V for preterido em detrimento do líder do mercado de virtualização, o VMware.  Por outro lado, o ecossistema do Azure, solução de nuvem da Microsoft, será fundamental para os planos da Dell em atacar o mercado de datacenters de companhias de menor porte.

Outra oportunidade que se pode vislumbrar é o mercado de segurança da informação, pois a EMC controla a RSA, líder em continuidade de negócios pelo Gartner, além de um amplo portfólio que poderá ser somado ao da Dell, que há alguns comprou a SonicWall, e investe em segurança de rede, mercado dominado pela Cisco.

Como se pode prever de uma forma ainda superficial, é que essa consolidação vai mexer com as lideranças do mercado corporativo de TI. Enquanto os tijolos dessa nova construção não forem alinhados, o que se anseia é saber como serão acomodados os colaboradores e os parceiros de negócios.

No caso dos primeiros, parece óbvio, onde há posições análogas, alguém é eliminado. Para as revendas e integradores, a oportunidade será favorável para aqueles que mais rapidamente absorverem os conhecimentos técnicos dos dois portfólios e como eles se integram, para oferecer como um pacote de melhor custo benefício para seus clientes.

Com certeza essa é a ambição da Michael Dell, um líder de mercado avesso ao holofote de mídia e aos caprichos de Wall Street, que fechou o capital da Dell, para ao invés de se dedicar aos relatórios trimestrais aos acionistas, concentrar-se em fazer da empresa que leva seu nome uma fera de vendas, agora com apetite maior.